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Cristiano Alves

A guerra não é um Fla-Flu: é sangue, dor e sofrimento


A guerra não é um Fla-Flu: é sangue, dor e sofrimento

A história recente da humanidade segue manchada por conflitos armados que jamais deveriam ter começado. Guerras entre Israel e o Irã, Israel e Gaza, Rússia e Ucrânia, entre outras, são apenas capítulos distintos de um mesmo livro escrito com o sangue de inocentes e a arrogância de líderes que fazem da guerra uma ferramenta política, um espetáculo de horrores disfarçado de estratégia geopolítica. Em todos esses confrontos, não há vencedores. Há apenas perdedores.

Perdedores são os pais que enterram seus filhos. São os civis que veem suas casas destruídas por mísseis disparados sem destino certo, apenas para "mostrar força". São soldados jovens que, de um lado e de outro, não se conhecem, não se odeiam, mas são obrigados a apertar gatilhos em nome de narrativas construídas por governos que não sangram, não perdem filhos, não dormem em trincheiras.

O conflito entre Israel e Gaza, intensificado em ondas cíclicas de violência, não tem fim visível. O mesmo se aplica ao envolvimento do Irã e seus grupos aliados contra Israel, uma batalha multifacetada, religiosa e política, mas, acima de tudo, repleta de sofrimento humano. Do outro lado do mundo, a guerra entre Rússia e Ucrânia arrasta-se desde 2022 como uma ferida aberta, alimentada pela ambição expansionista de um Kremlin que, ao ver sua popularidade interna ameaçada, revive velhas fórmulas de glória imperial como forma de distrair o povo da crise real.

Esse padrão é antigo. Sempre que um líder perde apoio, um “inimigo externo” surge. Basta lembrar da Guerra do Vietnã, onde milhões morreram sob o pretexto de conter o comunismo. Ou a Guerra do Iraque, justificada por armas de destruição em massa que jamais foram encontradas. Em todos esses casos, o “motivo” oficial que justificava a invasão ou o bombardeio se dissolveu com o tempo. Restaram apenas os escombros — físicos, emocionais e morais.

Infelizmente, mesmo diante de tanta dor, há quem “torça” por um dos lados. Quem trate a guerra como um jogo de futebol, em que se escolhe um time, se veste uma camisa e se vibra a cada golpe sofrido pelo oponente. Essa torcida cega ignora que por trás de cada uniforme militar há pessoas. Gente comum. Homens e mulheres que tinham sonhos, famílias, e uma rotina. Pessoas que nunca pediram por um front de batalha e que, em sua maioria, só querem sobreviver.

Guerra não é Fla-Flu. Guerra não tem torcida. Guerra não é uma disputa de moral entre bandeiras. Guerra é o fracasso da política, da diplomacia e, acima de tudo, da humanidade. Quando você escolhe um lado como se fosse um campeonato esportivo, você apaga da sua consciência as crianças soterradas, os idosos desalojados, os corpos sem nome deixados em valas comuns. Você banaliza a morte.

É hora de reflexão. De coragem para admitir que, em boa parte dos casos, a guerra é fabricada. Criada para desviar atenções, para fortalecer governos decadentes, para acionar o velho botão do medo que paralisa as massas e as convence de que matar é necessário. Mas a verdade é simples e brutal: quem lucra com a guerra não está nas trincheiras.

A paz exige mais bravura do que qualquer ataque. Exige empatia, consciência e capacidade de enxergar o outro como semelhante — e não como inimigo. Que deixemos de lado a ilusão de que uma guerra pode ser justa. Justo é viver. Justo é preservar. Justo é não aplaudir o sofrimento alheio.

Toda guerra é uma derrota da humanidade. Não existem heróis quando todos sangram.



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